Acho que sei como sou. Conheço-me! Tenho noção de todas as imperfeições e das poucas qualidades, sei quando pratico o bem e o mal.
Um dia acordei e deparei-me com a melhor fase da minha vida, tão boa, que neste momento, em que escrevo estas palavras inundadas
de lágrimas de amargura, consigo sorrir só de pensar... A minha vida, desde o dia 11 de setembro de 2010, por volta das duas da manhã
sofreu uma reviravolta. O destino servia-me algo nunca visto antes pela minha pessoa. Após ser constantemente surrado pela vida, ela
finalmente tinha reconhecido que eu também merecia algo de bom, algo magnífico perdão, de um valor incalculável ao ponto de não existirem
no cérebro humano ligações de neurónios suficientes para pensar nas palavras adequadas, se é que elas existem... Posso descrever-te ao mais
pequeno pormenor cada sensação que me tens provocado, e juro que não estou a mentir! Sei que não me lês, por muito que gostasse de imaginar
a repercussão destas palavras no orgão latente que guardas no peito, nunca has de ler esta mensagem, que te tem como objeto e que é apenas para ti.
Conheci a força dos furacões quando o contacto se iniciou, eramos estranhos mas o nosso olhar já se conhecia, as nossas almas já estavam entrelaçadas de
alguma maneira. Conforme a situação se foi desenvolvido fomos ficando cada vez mais envolvidos. Eu já sabia o que queria, tu estavas prestes a descobrir...
Foi naquele 16, que um olhar paralisado, focado a 100% no teu deslumbrante ser, despoletou em ti a confirmação do que já receavas.
Chegou o 23, tomada de ansiedade até tiveste de te acalmar, eu não queria esperar mais, chegou a hora, e a magia começou, eu ja era teu, e tu finalmente te
tornas-te "minha". Porém a confirmação chegou apenas no 1, em que se "assinaram os papeis", oh... a alegria era tanta!
Cedo o sentimento se tornou mais do que um simples sentimento, cresceu sem avisar, quando demos por nós, os nossos corpos extendiam-se ao universo que se
expande a cada segundo, mas um segundo mais lento que a propagação do nosso amor. 30 dias depois do 23 levei uma facada. A vida deu-te uma chapada e tiveste
tempo de me retirar o punhal do peito, antes que eu me esvaí-se em gotas de agonia! Tudo seguiu o seu curso normal! Já tinhamos alguns minutos de
vantagem em relação ao universo, e com o passar do tempo os minutos tornaram-se horas, as horas dias, os dias meses, os meses anos, naquilo que prometia
ser um amor pra vida...
Avanço até ao 30, porque apesar de ter outra dimensão e contexto é igualmente importante, pois tornei-me imortal! Marta, escrevo o teu nome enquanto
o ouço na minha cabeça, enquanto penso no que estas a fazer, no que estas a pensar, se pensas em mim, se pensas em nós, se achas que o que se está a
passar tem sentido, se... Penso em tanta coisa que mais valia não pensar. Neste momento a minha cabeça é um disco que roda e roda e roda e que alguém se
esqueceu de parar. Vou continuar a rodar, pois o meu disco encravou em ti, és a única faixa que quero ouvir, e se não cantares e encantares mais na minha
vida, prefiro então viver sem encanto e que simplesmente partam o disco, e eu deixe de girar! O buraco que sinto aqui dentro, como um alargador que se
expande a cada momento, a cada batimento, oh maldade! Disseste as palavras mais bonitas que alguma vez me foram proferidas em toda a minha vida e todas as
mais belas e genuínas palavras que eu disse/escrevi para ti foram! É estranho acordar ultimamente, abro os olhos, tomo consciência e penso: Espera lá, há aqui
algo que não está bem, que ausênsia de vida é esta? O que se passa? Será que o sangue ainda me corre nas veias, sinto-me frio, mas o coração bate a 1000 à hora.
O telemóvel que tem sido companheiro de longa data, sente a minha falta, diz-me que não lhe ligo nenhuma. Eu tentei explicar-lhe que a minha vontade é
carta fora do baralho, é um mero par de duques comparado com o Royal straight flush que representa a realidade... tive mesmo de o mandar poker´alho!
Sinto-me cada vez mais fraco apesar da enorme quantidade de energia que tenho para libertar e que tenho gasto a escurecer as mãos! Não te estou a
pedir nada com isto, como tu sabes, a escrita é a forma que encontro para expressar o que este meu amigo aqui de dentro sente, estas palavras são os
gritos de desespero de um amor que tem muito para dar e que não pode simplesmente aceitar que as suas pernas sejam cortadas. Se me sirvo das palavras
por saber junta-las bem? Não! Uso-as porque preciso delas, são a ponte de ligação entre o meu coração e... e o quê, idiota? Não vês que escreves para ti...
Não vês que isto não se trata de um dialogo? Não vês que quem lê isto não é quem tu queres que leia, quem tu desejas desesperadamente que faça algo para
mudar esta situação, não percebes que todos estes conjuntos de letras te são inuteis? MAS AFINAL O QUE É QUE TU QUERES!? Ser amado!? AMIGO, TU NÃO NASCESTE
PARA SER FELIZ, TENS DE TE CONVENCER DISSO, TU NASCESTE PARA EXISTIR!
Não me vou alongar mais no discurso, deixo apenas um resumo do que a tua ausência deixou na minha vida:
um vazio.
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